Demi
Tudo
bem, eu confesso. Foi estranho. As últimas coisas que eu esperava que fossem
acontecer estavam acontecendo.
Primeiro
me dão uma arma com ordens de levá-la para onde eu for e, se necessário, usá-la
– algo que estou torcendo para não acontecer.
Depois,
quando encontro a Selena, sinto como se já a conhecesse ha muito tempo.
E,
pra finalizar, depois de uma semana, não sinto que estou aqui a trabalho. Sinto
como se estivesse a passeio com uma amiga. Alias, foi isso que nos tornamos.
E
para melhorar, não vi a Selena atendendo o telefone ou qualquer coisa que
pudesse indicar que ela estava sendo ameaçada ou correndo perigo.
Porem,
a explicação dessa ultima parte não era nada agradável. E o tio Jonny me ligou
para dá-la.
- Você
vai ter que deixar essa missão.
- Por
quê?
-
Pelo visto, quem esta ameaçando ela é mais perigoso do que parece.
-
Eu não vi ela nem mesmo atendendo ao telefone ate agora, nem nada que possa ao
menos parecer que ela esta sendo ameaçada.
-
Isso por que vocês provavelmente estão mais perto do provável assassino do que
pensam. Uma pessoa assim deve ser profissional. Talvez ate contratado por
alguém. Se vocês estão perto, a pessoa para de ameaçar e começa a agir.
-
E é por isso que não da para sair agora.
-
Não. É por isso que vamos mandar uma pessoa mais experiente.
-
E vão se manter por perto como?
-
Isso é problema nosso.
-
Ela confia em mim. E se você me passar essas informações que eu já estou
começando a supor que vocês tenham conseguido, talvez facilite o meu trabalho.
-
Você vai voltar para a sede.
-
Ou você vai fazer o que?
-
Você esta desobedecendo a ordens do seu superior?
-
Não. Estou desobedecendo às ordens de um tio preocupado. Você sabe que somente
como meu superior não tentaria me tirar da missão. Me daria permissão para usar
a arma que me deram antes que eu entrasse no avião.
-
Quem te deu uma arma?
-
Isso não vem ao caso. Você sabe que eu posso fazer isso e que sou o meio mais
rápido que temos. Você não me treinou desde os cinco anos por nada.
-
Quando você voltar terá outra missão para você.
-
Não. Você sabe que não terá.
-
Dá pra me obedecer e parar de reclamar?
-
Desculpa tio, mas dessa vez não.
-
Como você esta falando comigo? Na frente de todos ai? Mais uma prova da sua
inexperiência.
-
São duas da manha. Estão todos dormindo. E eu sai do alcance deles. Mesmo se
alguém estiver acordado, não vai estar me ouvindo.
-
Eu não sei mais o que faço com você. É o seguinte, arma só em caso de vida ou
morte e te passo as informações por e-mail.
-
Muito obrigada.
-
Tenho que desligar. Se cuida Demi.
-
Tchau tio.
Eu
respirei fundo e guardei o celular apenas um segundo antes de ouvir alguém
vindo na minha direção.
-
Oi. – a Selena disse.
-
Oi.
-
Porque você não ta dormindo?
-
Meu tio me ligou. E você?
-
Sonho ruim. – eu a olhei por um segundo e percebi que ela estava mentindo.
-
De verdade, o que aconteceu?
-
Esquece vai. Não quero preocupar mais ninguém.
-
Já me preocupou.
-
É um cara que ta me ameaçando já faz mais ou menos um mês. Eu já dei parte na
policia, mas não resolveu. Ele conseguiu meu numero, não sei como. O filho da
mãe acabou de me ligar de novo. Eu queria ate cancelar o concurso antes que
anunciassem que você tinha ganhado.
-
Ainda bem que não cancelou.
-
Ainda bem. Mas e o seu tio como esta?
-
Querendo que chegue novembro. – nós rimos.
- Falando
em novembro, eu estava pensando, em vez de voltar para sua cidade e depois
voltar com a gente no ano que vem, você podia passar novembro comigo e voltava
pra casa do seu tio só em dezembro, para passar o natal, daí voltava ano que vem.
O que você acha?
-
Acho que meu tio não vai gostar.
Nós
duas ficamos conversando ate umas três e meia da manha, quando o motorista do
ônibus levantou e nós fomos deitar novamente.
Tem alguem lendo???
Só posto o proximo capitulo quando tiver comentarios.
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